sexta-feira, 21 de maio de 2010

A dor em Emily Dickinson


Gostaria de falar de uma poetisa que conheci por acaso, pois estava em busca de um livro de poemas e o único disponível na estante era o de Emily, chamado Poemas escolhidos, uma antologia das suas poesias mais famosas.

Emily escreveu sobre sentimentos que a afligiram durante toda sua vida, alguns tratavam das pequenas coisas do dia- a - dia e da fluidez do tempo, enquanto em outros lemos, e sentimos, o peso da morte e das tensões psicológicas. Ela, após abandonar o colégio no qual havia se matriculado, optou pela reclusão e começou a escrever. Essa reclusão, na maior parte da sua vida , foi de fato um quase completo isolamento físico, onde passou por muitas crises depressivas. E após sua morte, em 1886, seus familiares encontraram seus escritos, organizados por ela, que totalizavam mais de 1.750 poemas.

São poemas simples e que falam de vida, amor, natureza, tempo e eternidade. De todos, a finitude do tempo é uma constante nas palavras dela, pois esse "fim", como fala Ivo Bender na introdução do livro, é visto por Emily " como danação, prêmio ou, ainda, como esperança de reencontro com aqueles seres que, de um modo ou de outro, fizeram parte de sua constelação de afetos."

Emily foi uma pessoa que, mesmo em busca dessa finitude, via na vida o seu lado belo que eram expressos através das estações do ano, dos crepúsculos, dos animais selvagens, dos ventos, das águas, da borboleta, tempestades...enfim, de tudo ligado à natureza. Mas até esta beleza traduzida em seus versos estava impregnada de uma leve tristeza.


Vou deixar aqui dos poemas de Emily que expressa um pouco das suas angústias



Banir a mim de mim mesma,
Tivera eu esse dom!
Inexpugnável fosse a minha fortaleza,
Ante toda audácia.

Uma vez, porém, que eu mesma me assalto,
Como terei paz
A não ser sujeitando
A consciência?

E desde que somos monarcas um para o outro,
Como poderei alcançá-lo
A não ser abdicando
De mim mesma?
(Emily Dickinson)



Bom fim de semana à todos!

Bjs!

Nenhum comentário:

Postar um comentário