quinta-feira, 8 de abril de 2010

Direito de Amar


Em inglês o título do filme é: A Single Man que já dá para ter uma noção sobre o enredo que o filme trata. O problema das traduções de títulos dos filmes para o nosso idioma é um caso para pensarmos, pois acaba por distorcer a essência da película. Depois falo mais sobre esta questão tradutória dos títulos cinematográficos.
Voltando ao filme, tá aí um longa que nos faz refletir, na verdade as reflexões do personagem, em muitos momentos, parecem ser nossas próprias reflexões. Tive essa sensação no decorrer do longa, era como se em uns momentos os pensamentos sobre o sentido de algumas coisas para a personagem, como acordar por exemplo, fossem também os meus pensamentos.
O filme trata da história de um professor que perde seu companheiro, com o qual viveu durante 16 anos, sendo que ele perde junto com esta partida a sua vontade de seguir em frente. Para George(o professor), a perda de Jim(seu companheiro) é a perda da vontade de existir. Isso sentimos, e vemos, assim que o filme inicia, quando George faz uma reflexão sobre o "acordar pela manhã", o que este simples ato o faz sentir, garanto que é algo bem profundo. Em um determinado momento da sua reflexão matutina George fala que ao despertar vai buscando o "George" que deve ser e que o mesmo só vem a aparecer após um tempo da sua busca. Entendem? É como se ele , a cada manhã, tivesse que se "fantasiar" de uma pessoa que ele não o era. Pessoas, nesse momento a sensação que o filme passa é de uma completa solidão, sentimos o quanto aquele personagem está só e, sentimos também, a sua dor.
Uma coisa que percebi no filme foi que nos momentos em que George está só, digo, sem a presença de Jim em sua vida, as cenas parecem estar imersas em uma luz cinza. Era como se a vida de George fosse de um cinza completo, o que não acontecia nos momentos de falshbacks pelos quais a personagem passava. Quando ele revivia os momentos em que estava ao lado do seu amado Jim as cenas eram de uma cor viva, era a vida sendo vivida e aproveitada. Nestas cenas temos cores e a sensação é acolhedora.
Mas o filme fala dessa solidão, desse cinza que a personagem vive e é vivendo nestas condições que ele decide não querer mais viver, passando a planejar os passos para o seu suicídio. Contudo, no decorrer da película surgem momentos que o faz repensar e ver que a vida tem sua beleza apesar de tudo que ele sentia e passava.
É um filme muito profundo e interessantíssimo de ver. Adorei o filme como um todo, entretando o que mais gostei foram dos momentos reflexivos que o personagem tem que são muito simples, mas bem humano.

P.S. 1 Quase me esqueço: O Diretor do filme, Tom Ford, passeia com a câmera, parece que o espectador está, em alguns momentos do longa, acompanhando o personagem nas cenas. Achei incrível!

P.S. 2 Tom Ford quem financiou o filme. Ele é um dos mais famosos e bem sucedidos estilistas do mundo. Entrou no meio cinematográfico e já fez uma obra de arte dessa magnitude. Que ele venha com mais histórias belas como esta.

Bom, está aí uma dica legal de cinema e de um filme que nos faz refletir.

Bjs!

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