Não estou acreditando, até agora, no que ouvi e vi ser exibido no Fantástico de hoje(25/04) que falou sobre a declarada perseguição aos homossexuais em Uganda. Minha perplexidade foi aumentando quando escutei que em mais de 30 países Africanos as pessoas que amam pessoas do mesmo sexo são condenadas a pagar multas, chegando até a a serem assassinadas pelo Estado. A única exceção, no enorme continente Africano, está na África do Sul, onde desde o ano de 2006 permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Uganda está preste à votar um Projeto de Lei que vai tornar essa prática de perseguição ainda mais severa do que já é. Estou chocada!
A comunidade internacional, pela reportagem, parece está agindo , mas só vimos falas e discussos. Pelo menos não foi mostrado nenhuma mobilização global para pressionar o governo de Uganda.
Fiquei me colocando no lugar de um dos líderes do movimento gay daquele país, que disse"não saber, ao acordar todo dia, o que vai acontecer com ele".
Logo em seguida, aparece a figura, nada agradável, do deputado autor do vergonhoso projeto, dizendo que ser homossexual é crime.
Porque esse deputado não vai olhar para os reais problemas de Uganda? uma nação paupérrima. Por que ele não procura gastar seus neurônios, se é que ele possui algum, buscando soluções para diminuir a pobreza no país? Fiquei enojada, também, com outra declaração de outro líder político desse país, quando disse que a homossexualidade "é algo abominável", e ele ainda teve a audácia de dizer que esta afirmativa é do ponto de vista da espiritualidade. Abominável é ter gente feito ele no comando do Ministério de ética e integridade, já viram que discrepância? Ministro da integridade? Que integridade ele está preservando? Só na mente homofóbica dele.
Os gays em Uganda, devido a este preconceito tão arraigado na sociedade, precisam viver praticamente na clandestinidade, mas apesar dessa perseguição os ativistas deste país estão na luta pela preservação do seu direito de viver como são. E eles não estão sozinhos, um ex-bispo da Igreja Anglicana luta para que Uganda não seja o quinto país, de um total já existente de 4, que punem os gays com a pena de morte. Ao ser questionado o bispo fala "não podemos condenar o amor porque esse amor é diferente, não podemos compará-lo a crimes", e acrescenta, "é difícil aceitar e entender o que eles(os políticos autores e defensores do projeto) propõem". A reportagem esclarece que devido ao bispo defender os gays, o mesmo foi afastado da igreja e não pode mais pregar. Mas ele, o bispo Christopher Senyonjo, não precisa de uma igreja para isso, pois uma pessoa que professa palavras tão amorosas ao próximo como ele professou de "não condenar o amor porque esse amor é diferente" já está pregando, né mesmo?
Fiquei emocionada com o bispo e fiquei mais ainda quando ouvi a ativista do movimento gay dizer "eu serei uma das últimas a permanecer de pé" e quando um outro ativista disse "eu vou ficar até não dar mais". É uma vida muito difícil a que estas pessoas são submetidas. Peço, se coloquem e se imaginem vivendo no lugar deles? Sintam o medo, a liberdade que eles não têm para viver a vida e serem felizes da maneira que são? Conseguem sentir um décimo das aflições dessas pessoas? Espero que sim.
É inadmissível, como diz o título do post, que em pleno século 21 existam sociedades e líderes com pensamentos tão ultrapassados, e pior, que tenham atitudes de agressão e perseguição para com seus semelhantes.
Rezo para que esse projeto não seja aprovado. Rezo ainda mais para que possamos um dia viver em um planeta onde a TOLERÂNCIA E O RESPEITO não sejam apenas palavras ditas ao vento, mas que sejam práticas e atitudes de todo ser humano para com o outro.
Boa semana à todos!
Bjs!